ENIC: Meu Negócio Sobrevive sem o Uso do BIM?

Créditos: Acervo CBIC
No dia 20 de outubro, o 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), apresentou o painel ‘Meu Negócio Sobrevive sem o Uso do BIM?’. Dionyzio Klavdianos, Presidente da COMAT/CBIC, comandou o evento que teve como convidados Wilton Catelani, Presidente do BIM Fórum Brasil; André Quinderé, Sócio Diretor Aval Engenharia, Jefferson Dias Santos, Coordenador Estadual de Projetos de Construção – SEBRAE; Murilo Blanco Mello, Gerente de Engenharia e Pesquisa & Desenvolvimento do Brasil ao Cubo.
Wilton Catelani, instigado por Dionyzio, iniciou refletindo sobre o tema: “Primeiro ‘sobreviver’ para mim é muito pouco. As empresas sobreviverão por algum tempo, mas não por um longo período. O BIM veio para ficar e permite fazer o que não conseguíamos com os processos anteriores”.
A conversa continuou com o questionamento sobre o projeto do BIM Fórum de realizar uma pesquisa sobre a ‘Digitalização na Construção’. “Toda vez que precisamos de dados sobre o assunto recorremos a pesquisas internacionais, mas precisamos conhecer nosso mercado interno. Desta forma, o BIM Fórum, que se propõe a atuar nas lacunas que envolvem o tema, está estruturando a pesquisa, em parceria com o Sistema Confea / CREA, com todo rigor estatístico necessário que o assunto demanda, observando a neutralidade e garantindo a penetração através da capilaridade de seu parceiro” disse Wilton.
Murilo Mello, na sequência, foi convidado a falar sobre a complexidade da implantação do BIM e a aconselhar outros empresários que estão neste processo. “O BIM não é só um degrau, é uma escadaria bem longa. Começar essa subida é uma decisão estratégica da empresa e é importante saber quais são os degraus antes de começar. Nossa empresa, Brasil ao Cubo, sempre foi aberta às novas tecnologias e por nosso sistema construtivo ser industrializado, com precisão milimétrica, a gente tem a preocupação que tanto a fabricação quanto a montagem seja precisa e fácil. Nosso nível de detalhamento é alto, o que exige processos mais eficazes”.
Outro assunto em alta é o uso do BIM nas obras de infraestrutura e Wilton trouxe sua visão do que falta para a evolução nesta área: “O foco do BIM é a informação e neste sentido a padronização e a normalização são essenciais para que possamos integrar o BIM a outras inovações”.
André Quinderé foi abordado sobre o uso do BI (Business Intelligence) integrado ao BIM: “As ferramentas de BI são apropriadas para trabalhar com grandes volumes de dados e utilizando-as junto com o modelo BIM você consegue extrair informações em um nível de detalhe bem considerável a respeito daquilo que você vai produzir. O gargalo hoje é a coleta de dados no canteiro, em outras indústrias as próprias máquinas geram informações sobre a produção. Estamos investindo então em ferramentas com tecnologia que chamamos de “auto apontamento da produção”, para garantir que tenhamos este grande volume de dados centralizados em um modelo BIM para a partir daí conseguirmos extrair informações e relatórios dinâmicas utilizando ferramentas de BI” elucidou André.
Jefferson Santos foi questionado sobre o custo da implantação do BIM e pensando nas que mais sofrem, as pequenas empresas, falou sobre o apoio que o SEBRAE fornece subsidiando até 70% o valor da Consultoria na área. Aproveitou para destacar também que o SEBRAE também atua junto ao setor público e através de um acordo com o Governo de Minas Gerais vai apoiar as prefeituras, preparando-as para contratar em BIM. Além de também divulgar e esclarecer dúvidas sobre o BIM para as financeiras do Estado de Minas Gerais, buscando fomentar o crédito não só para a aquisição de softwares, mas para todos os demais custos de uma implantação.
O evento está com as inscrições abertas e o Painel ficará disponível para os inscritos por 90 dias. Acesse: https://cbic.org.br/enic/